domingo, 1 de maio de 2011

A garota da capa vermelha


Depois de ser espezinhado pela crítica estadunidense, chegou a vez de A Garota da Capa Vermelha manter sua regularidade e apanhar um pouco por aqui também. Sim, o filme é fraco e acho pouco provável que o leitor ache algum texto elogioso à produção dirigida por Catherine Hardwicke - do primeiro filme da franquia Crepúsculo -, informação que por si só já explica muita coisa.

A fábula Chapeuzinho Vermelho já havia sido parodiada de forma bem-humorada em 2005 com Deu a Louca na Chapeuzinho. Agora ganha uma versão modernosa pelas mãos do roteirista David Leslie Johnson e de Hardwicke, que não disfarçou sua intenção de atrair o público que fez a fama da franquia Crepúsculo.

De tomadas aéreas de vilarejos em meio a montanhas, passando pelo passeio da câmera por entre copas de árvores, até frases melodramáticas como "Se você a ama, você vai deixá-la ir" ou "Eu perdi uma irmã. Eu não posso te perder", fica impossível para o espectador não criar um paralelo entre as duas produções. Ah, claro, temos também um par de belos mancebos e um triângulo amoroso com a protagonista, além de um lobisomem que aqui substitui o Lobo Mau.

Se seu interesse cinematográfico perdurou até aqui, vamos à história. Nela, Amanda Seyfried é Valerie (a Chapeuzinho), bela e simples jovem dividida entre um lenhador pobretão e amigo de infância, Peter (Shiloh Fernandez), e seu noivo arranjado - o riquinho do vilarejo Henry (Max Irons). Ela prefere Peter, com quem pretende fugir, mas então os sinos dobram anunciando um assassinato. O lobisomem voltou a atacar. Para tentar derrotar a fera, os moradores da aldeia contam com a ajuda de um padre linha-dura interpretado por Gary Oldman.

Não há muito o que se aproveite no filme. O elenco é fraco (nem mesmo Oldman se destaca – trabalha no automático), a direção de arte é lamentável e a história boba. Ao final, A Garota da Capa Vermelha deve encontrar uma fatia do público teen que vai adorar e tecer elogios ao longa na internet. Faço questão de enfatizar o termo “fatia”, porque me recuso a acreditar que todo adolescente atual seja desprovido de bom gosto e senso crítico como acreditam os produtores de filmes como esse.

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